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quarta-feira, 28 de março de 2012

Fifa e Governo brasileiro unidos pelo capital

por Pedro Jorge Ferrari

Atrasos, críticas e polêmicas, assim é a situação brasileira faltando menos de dois anos para a Copa do Mundo 2014. Estádios atrasados, transporte público precário, trânsito caótico, aeroportos sem infra-estrutura e gastos astrônomicos são alguns dos grandes problemas na organização desse mundial de futebol. E para completar o desastre, dirigentes da Fifa querem burlar a política brasileira com a Lei Geral da Copa. O que poucos percebem, no entanto, é que Blatter e cia são movidos por seus interesses econômicos, não importando-se com a Constituição de um país e suas leis.


A displicência com que são tratados os assuntos da Copa 2014 faz parecer que a mídia brasileira considera a população ignorante. Na última semana, o assunto principal, que foi veiculado pelos jornais, é o constante adiamento da votação da Lei Geral da Copa, por parte dos políticos do país. Porém, o principal entrave, de acordo com os veículos de comunicação, é o impasse quanto a autorização da venda de bebida alcóolica durante os jogos, o que é proibido em alguns Estados do Brasil. A Fifa e seus dirigentes estão enfrentando resistência de políticos que consideram a lei geral um absurdo e que a sua aprovação seria uma afronta ao sistema de leis do país, portanto não foi aprovada e têm sofrido constantes adiamentos para a sua votação. O que mais impressiona é o ministro dos esportes, Aldo Rebelo, declarar que o Brasil está no caminho certo e que esses entraves fazem parte do famoso ''jeitinho brasileiro'' de resolver situações.

Nosso país não tem a mínima infra-estrutura para abrigar essa Copa, os aeroportos passam todo ano por confusões e filas gigantescas, o que aconteceria com um fluxo de passageiros dez vezes maior ? E as nossas cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde uma chuva paralisa todo o trânsito além do perigo das enchentes. Isso sem falar nos transportes públicos e hospitais, lotados e precários, não oferecendo o auxílio necessário a população. Outro ponto interessante é a construção de estádios desnecessários como em Manaus, por exemplo, situação que se assemelha muito ao mundial da África do Sul, onde as arenas estão as moscas. Um estádio no Amazonas, Estado que nunca teve tradição, tampouco um grande público, no futebol, é totalmente sem sentido. Esse dinheiro poderia ser utilizado para melhorias nos sistemas de saúde, transportes e educação.


O mundial, se tratado com seriedade, seria muito benéfico para o povo brasileiro e para o turismo do país, mas os interesses econômicos como sempre estão acima da necessidade do bem maior, ou seja, as melhorias que poderiam ser alcançadas serão jogadas no lixo. Assim como o baixinho e deputado Romário disse uma vez, essa Copa vai ser o maior roubo da história brasileira

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