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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Time base não faz a seleção, mas ajuda

puskashonved
Puskas, com o uniforme do Honved na déc. de 50
Puyol sai jogando com Busquets, do volante a bola chega a Xavi, que tabela com Iniesta e serve Villa...GOL!....Da Espanha! Sim, muitos pensaram que seria gol do Barcelona, não é? O que não deixa de ser verdade, pois, atualmente, a Fúria conta com nove jogadores da equipe catalã. O mais surpreendente nisso é que da equipe titular na final da Copa do Mundo de 2010, contra a Holanda, sete vestiam a camisa azul-grená.


Hoje, as duas melhores seleções do mundo têm em sua base um time nacional; Barcelona e Bayer de Munique compõe a chamada “espinha dorsal” delas. Do lado bávaro, oito jogadores fazem parte do plantel de Joaquim Löw, sendo que, sete deles foram titulares no amistoso que a seleção germânica venceu o Brasil por 3 a 2.

A partir dessas equipes, podemos ver que essa prática não é de agora, pois outras duas seleções  que eram formadas por times nacionais nas décadas de 40 e 50, já marcaram época no cenário esportivo mundial. A primeira é a seleção italiana dos finais dos anos 40, baseada no time do Torino. Atual bicampeã mundial, a esquadra azurra vinha para a Copa de 50, aqui no Brasil, como uma das favoritas ao título. Entretanto, em maio de 49, o avião da equipe de Turim se chocou com a basílica de Superga, e não houve sobreviventes. A chamada tragédia de Superga resultou na desclassificação da seleção ainda na primeira fase. Há quem diga que aquele era o melhor time do Torino, pentacampeão italiano, e a melhor seleção da Itália de todos os tempos.

No mesmo período, surgira a Seleção de Ouro, percursora do sistema “carrossel”, que duas décadas depois foi aperfeiçoado pela Holanda. A Hungria vivendo um regime comunista, até então, tinha no esporte, em especial o futebol, a propaganda política para o regime. E foi assim, com o Kispest, que viraria Honved (em português, Defensores da Pátria), o time do exército nacional e o MKT – time da policia secreta húngara- que a seleção se tornou uma das maiores de todos os tempos. Comandado pelo técnico Gusztav Sebes, o Honved de Puskas, Kocsis, Czibor, Budai e Bozsik, além de ser um time com grandes craques, se entrosou. Através de partidas durante a temporada, a seleção nacional, comandada pelo mesmo Sebes, revolucionou taticamente o futebol, com o esquema 4-2-4, e conquistou as Olimpíadas de 52, na Finlândia, além de perder apenas um jogo de 50 a 54: a final da Copa para a Alemanha.

E o que o Brasil tem a ver com isso? Bom, como vimos, essas seleções fizeram, ou estão fazendo história, graças aos seus craques, mas também ao entrosamento que tem/tinham em seus clubes. Pense bem, quando o Brasil terá uma equipe assim? Atualmente, dois times daqui tem o “privilégio” de contar com dois jogadores com potencial de seleção: o Santos, de Neymar e Ganso, e o Internacional, de Leandro Damião e Oscar.
Apesar dos clubes estarem melhorando financeiramente, ainda são poucos os titulares que jogam em terras canarinhas, em relação à Espanha e Alemanha. Creio que, se isso ocorrer, acontecerá, apenas, em gerações futuras. Fato é: não teremos um time brasileiro que seja a base do país em 2014, não que isso seja o ponto decisivo para conquistar a Copa, entretanto, como já não temos os melhores jogadores do mundo há, pelo menos, seis anos, essa questão nos deixará ainda mais longe do hexa.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Macarrão e Calcio de volta aos finais de semana

Fãs do Calcio já podem sorrir novamente: o futebol italiano está ressurgindo. Claro, é muito cedo para ter certeza disso, mas o primeiro semestre da temporada 2011/12 do campeonato italiano foi, sem dúvidas, o melhor dos últimos anos. Não que a qualidade técnica coloque as esquadras entre as melhores da Europa, mas os jogos estão mais “bem jogados”, e o campeonato equilibrado.

Tridente Napolitano: Lavezzi, Hamšík e Cavani  
 O Calcio, ao contrário do que vemos nos grandes campeonatos europeus - com exceção da Bundes Liga - não está polarizado. Uma diferença de dez pontos separa a líder Juventus, da sétima colocada Roma. Ainda, nesse bolo tem a equipe da Inter em ascensão, o Napoli, a Udinese, a Lazio e o Milan. A briga será muito boa, contrapondo o campeonato espanhol que ficará mais uma vez com o Barcelona ou o Real, e o inglês, que ficará em Manchester, ou com o United ou com o City.

 A parte de baixo da tabela também não decepciona, assim como no topo, nada está definido. Do 13º Parma ao laterna Lecce, a diferença também é de 10 pontos, outras disputas que não faltarão emoções. Contudo, não é só de emoção que o Calcio está se reerguendo, os times estão mostrando um futebol melhor, fazendo com que aqueles que passam os finais de semana assistindo os grandes campeonatos, prefiram um jogo da Juventus ao do Chelsea, por exemplo. A vibração do tridente napolitano formado pro Cavani, Lavezzi e Hamšík, hoje é mais atrativa que o futebol do Liverpool, que por cinco vezes já foi o maior da Europa. 

 Por falar em Europa, na Champions, mesmo a Itália tendo perdido um representante para Alemanha, foi o país que mais classificou times para a fase de oitavas-de-final. Por sinal, os três clubes italianos (Milan, Internazionale, Napoli) que disputaram a fase de grupos classificaram. Pode parecer normal, entretanto, o Napoli desbancou os petrodólares dos azuis de Manchester no grupo A, o grupo da morte. E apesar de jogarem em grupos fáceis Milan e Inter também garantiram suas vagas, algo que o finalista da última edição da Champions não conseguiu, num grupo que tinha Benfica, Basel e Otelul.

 Agora é esperar pra ver se em 2012, Ibrahimović, Forlán, Hernanes, Marchisio, Di Natale,Totti, Pato, Pirlo, Del Piero, entre tantos outros craques, confirmarão esse levante. Os fãs de futebol poderão ter, novamente, o prazer de ver o futebol da terra da bota, comendo uma boa macarronada.