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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Síndrome de Barcelona

O Barcelona, como o mundo inteiro sabe, é o melhor time de sua era. Com certeza, o melhor desse século, e quiçá o melhor que já existiu. Mas de um tempos pra cá, o futebol se resume a ele.

O início da síndrome foi após a Copa do Mundo de 2010. A Espanha campeã do mundo, pela primeira vez na sua história, teve maior posse de bola em todos seus sete jogos na competição.Pronto! Estava ali o caminho do sucesso. Por diversas vezes, técnicos de vários times do Brasil, mesmo perdendo o jogo, argumentavam ter mais posse de bola que o adversário, como um álibi para a derrota.

O Barça é a base da seleção espanhola (clique aqui), consequentemente, a síndrome de jogar que nem a Fúria, pode ser interpretada como a síndrome de jogar igual a equipe catalã.

Pois bem, quase  um ano e meio depois,grande parte da imprensa descobre algo espetacular: o BARCELONA! Sim, o mesmo time que já havia sido campeão da Champions em 2006, 2009 e em 2011, foi descoberto porque ganhou do Santos no Mundial Interclubes.

Sim, a síndrome atacou a imprensa também! A equipe azul-grená é motivo de comparação para tudo, pior que isso, querem copiá-la. "La Masia", como são chamadas as canteiras do Barça, virou referência no futebol mundial, a tal "filosofia" da base barcelonista, tem que ser implementada no Brasil, segundo a mídia. Verdade, precisamos cuidar das categorias de base - fato que vem sido esquecido pela maioria dos clubes brasileiros - mas não precisamos copiar.

Para ter um futebol bonito e competitivo não é preciso ser igual ao time de Pep Guardiola, é só lembrar do Arsenal da temporada 03/04. Thierry Henry e cia levaram os Gunners ao título invicto do campeonato inglês, fato igual, apenas, ao do Preston em 1888. Em quatro, cinco toques na bola a equipe de Arsène Wenger  saía do seu campo defensivo ao gol adversário, em um contra-ataque fulminante.Ou seja, a posse de bola não era o mais importante, e o jogo era espetacular.

Thierry Henry em um contra-ataque avassalador, na temporada 03/04

Hoje, até o Assu do interior do Rio Grande do Norte não quer mais dar chutão com seus zagueiros na Copa SP (não é brincadeira). Lógico, o futebol fica mais bonito assim, mas o time potiguar pode investir melhor desde a base, e criar já no sub-12 um time com um futebol próprio. Ao invés de chegar com os jogadores quase profissionais, tentando pelas primeiras vezes não dar chutão, algo que ficou claro pela quantidade de bolas erradas pela zaga.


Bom, até eu fui pego por essa síndrome, e falei do Barça, mas pelo menos já sei a cura. Não só podemos, como devemos criar uma única forma para o futebol, até porque, só o Barcelona tem Messi, Xavi, Iniesta e Fàbregas, as demais equipes, precisarão sempre buscar o melhor futebol, o mais bonito, mas, é claro, do jeito delas.